quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Comida começa a faltar em Itajaí

O pânico tomou conta da população itajaiense, que saiu da toca ao ver as águas baixarem e correu aos supermercados pra encher a despensa. Já é difícil achar vários itens como água mineral, leite, pão, trigo, além de frutas e verduras, tanto nos supermercados como nos mercadinhos. Além da forte procura, outro problema são os produtos que não conseguem chegar porque vêm de cidades ilhadas pela queda de barreiras.


"Eu nunca vendi tanto como de segunda-feira pra cá. Se eu tivesse 300 bombonas de água por dia, eu vendia", disse Luciano Popper, da Casa Panini, na Caninana, bairro São João. Por lá, o normal é vender 50 bombonas.


Luciano também teve que ir a Brusque comprar 50 caixas de leite, que acabaram em apenas 48 horas. Por lá, já é difícil achar frutas, verduras, laticínios e macarrão. O comerciante, que mora no Rio Bonito, também foi atingido.


Na rua José Pereira Liberato, perto do clube Tiradentes, o clima era tenso. Os mercados Enoara e Mini Mercado do Povo, um em frente ao outro, pediram proteção policial pra abrir as portas por causa dos saques. "Ontem, um grupo passou por aqui e disse que seríamos o próximo", conta a caixa. No setor de frutas, só tinha banana. "E tu não vais acreditar! O que a gente mais vendeu foi cerveja!", revela.


Eduardo Vilson, 30 anos, e o tipógrafo Alberto Bento da Silva tavam lá comprando material de limpeza. Ambos moram na rua ao lado da ponte que liga o São João ao São Viça. De suas moradas, não sobrou nada, só disposição pra começar de novo. "Minha gráfica também foi atingida, mas tem jeito? Vamos voltar lá e botar tudo de pé de novo", declarou.


No Mini Mercado do Povo, Oberdan Pezzini tomava conta da porta. Ele mora em cima e dava uma força ao amigo Hernani da Barossi pra evitar a aglomeração, já que acompanhou o drama de camarote. "Fiz imagens que mais pareciam filme de catástrofe, da turba andando pra lá e pra cá com carrinho e até prateleiras do Maxx nas costas", contou.

No mercadinho, só pode levar um galão de água e seis caixas de leite por pessoa e já tá faltando até sacolinhas. No Mini Preço Corujão, da rua Indaial, fica claro o desabestecimento na cidade. Várias prateleiras estão vazias.

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