sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Equipe do DIARINHO desce no Baú e relata devastação

A reportagem do DIARINHO voou do aeroporto de Navegantes até o Morro do Baú em um helicóptero H-H1 da Força Aérea Brasileira (FAB), na manhã de ontem. Inicialmente, seria apenas um sobrevôo, mas o pessoal da FAB disse que se houvesse vítimas a serem resgatadas, a reportagem teria que ceder seu lugar e ficar lá, até ser buscada em outro momento.

Não deu outra: ao chegar no Baú, vários moradores locais – inclusive uma idosa em cadeira de rodas – aguardavam ansiosamente a chegada do helicóptero para serem transportadas para algum abrigo disponibilizado pela Defesa Civil de Ilhota. Alguns moradores não continham o sentimento de desolação.

Deste modo, a reportagem ficou no Baú por cerca de uma hora – das 12h30 às 13h30. O cenário era terrível. A Estrada Geral do Baú, endereço das pessoas que lá moravam, já não existe mais. O que há é um mar de lama e entulhos. Para se chegar ao local onde ficava a casa de Isabel, somente através de uma trilha de tábuas improvisada pelas equipes de resgate e os próprios escombros que servem como apoio.

Quem pisa na lama fica atolado até a altura do joelho.Durante o percurso aéreo, de aproximadamente 25 minutos, foi possível observar diversos pontos de desmoronamentos de terra – muitos deles, felizmente, no interior selvagem dos morros, em áreas desabitadas. Além de Ilhota, pôde-se perceber a dimensão da devastação também no município de Luís Alves e no bairro de Escalvados, em Navega.

A imagem que mais choca é justamente a do desmoronamento que atingiu a casa da família Silva no Baú, dada a distância que o turbilhão percorreu e a quantidade de terra que desceu do morro. A casa ficava bem no meio do caminho do deslizamento fatal.Só é possível acessar o Baú por via aérea, uma vez que deslizamentos bloquearam todos os acessos terrestres.

Um campo de futebol serve como pista de pouso para os helicópteros envolvidos nas operações. Ali, as aeronaves entregam remédios e mantimentos e recolhem os moradores que sobreviveram e os corpos dos que não tiveram a mesma sorte. Em terra, trabalham integrantes das forças armadas, da Força de Segurança Nacional, do Corpo de Bombeiros de diversas cidades da região e profissionais da área da saúde.

Além de homens e mulheres, cães farejadores também participam das missões de resgate. São úteis principalmente na localização de cadáveres, já que os corpos estão soterrados e neste caso só com a ajuda destes animais é possível encontrar as vítimas. Dos 12 cães farejadores que foram enviados a Santa Catarina, pelo menos dois tavam na manhã de ontem no Baú. Desde segunda-feira, quando começaram as operações de resgate, mais de 500 pessoas já tinham sido retiradas do Baú e levadas para abrigos no centro de Ilhota.

Os mortos de Ilhota

Até ontem, foram identificados 20 dos 29 corpos de pessoas oficialmente mortas na cidade de Ilhota. Por enquanto, Ilhota é o município com o maior número de mortes registradas, superando Blumenau, que aparece em seguida com 22. A maioria esmagadora dos mortos em Ilhota residia na localidade do Baú.

Adelaide Harbs

Antônio Roberto Richart

Bárbara Cristina Richart

Donilda Seberino

Geane Richart

Joana Maria Anater

João Pedro da Silva Olares

Larissa Schambach

Leandro Amarildo Backman

Luiz Paulo Hostins

Maria Tatiana Hostins

Marinéia Martendal

Marques Sabel

Nelson Gaudino da Silva

Nilma Karl Lana

Nivaldo Karl

Norberto KarlR

odolfo Harbs

Sueli Terezinha Bea

Vitório Bea

Nenhum comentário: