sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Moradores começam a reconstruir suas casas mesmo com água dentro


A pequena comunidade do bairro Espinheiros de Cima ainda sofre com a enchente que atingiu Itajaí nesta semana. Os dois dias cinzentos, em que o sol se arriscou em aparecer por alguns momentos, não foram o suficiente pra escoar toda a água que invadiu as ruas peixeiras. Mesmo com água na canela, os moradores voltaram pra localidade, que fica na zona rural, pra recomeçar suas vidas. O mesmo acontece com cerca de 130 mil itajaienses que tiveram suas casas atingidas pela enchente.

A auxiliar de produção Neuci Rodrigues Moraes, 33 anos, mora há dois anos no Espinheiros de Cima, localidade às margens da rodovia Jorge Lacerda, próximo da empresa Supergasbras. Na manhã de domingo, ela, o filho e mais 15 pessoas deixaram o terreno onde moram, quando a água já entrava na casa 59 da rua Laurindo Sebastião da Cunha. "Colocamos tudo que conseguimos dentro da Kombi e fomos embora", contou Neuci.

Na tarde de ontem, eles voltaram pra baia com água na canela e começaram a limpeza. O primeiro passo foi jogar fora móveis, eletrodomésticos e roupas que não serviam mais pra nada. A mesma coisa fizeram os moradores das outras 30 baias da rua. A Laurindo Sebastião da Cunha ficou pequena para tanto entulho. Eram sofás, televisores, colchões, cobertores, cadeiras, entre outros móveis que ficaram detonados. Após o dia pesado de limpeza, Neuci e seus familiares voltaram pro abrigo, num colégio do Espinheiros, onde ficarão alojados até que a água deixe de vez a sua casa.

Poucos alagamentos
Segundo o tenente-coronel dos Bombeiros Onir Mocelin, algumas ruas de Itajaí, principalmente no bairro Espinheiros e Cidade Nova, ainda tão alagadas. "Mas não temos mapas dessas ruas, porque a situação muda hora a hora", explica. Os pontos de alagamentos são poucos e até o final de semana não devem existir mais.

O vermelhinho comentou que, agora que a água tá baixando, é possível analisar o trabalho feito pelos seus homens. Ele acredita que, diante da situação horrorosa vivida em Itajaí, é possível avaliar que a operação de resgate foi um sucesso. Diante do caos vivido na cidade, apenas duas pessoas perderam a vida. Para ele, a tragédia poderia ter sido maior.

Texto MJ e Foto Felipe Vieira Trojan

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